Oi, o meu nome é Sabrina

Baralho de palavras, Pessoal

E esse é o décimo quinto dia em que minha pálpebra está tremendo

Pra quem não sabe, o tremor na pálpebra é uma reação do corpo que não é ligada a nenhum tipo de doença, é benigno e geralmente ocorre por conta de vista cansada, estresse, ansiedade… Sei disso muito bem pois esse foi o motivo pelo qual, 10 anos atrás, tive minha primeira consulta com um oftalmologista. Ai, toda vez que meu olho treme, eu ou um dos meus irmãos lembramos dessa frase do filme “Sherk”. E sim, desde lá, dependendo do ponto da minha vida, uma das pálpebras do meu olho ganha vida própria. Geralmente fica me incomodando em torno de 2 ou 3 dias. Mas dessa vez, já tem duas semanas.

“Mas Sabrina, procura um médico!”. Acreditem em mim, já perguntei pra tudo que é médico. Toda vez que é época de revisão do grau do óculos eu pergunto pro oftalmo que me atende: “Eu tenho tremor em uma das pálpebras de vez em quando, o que pode ser?”. E eu sempre recebo a mesma resposta, “Usa mais o óculos, usa menos telas, tenta relaxar mais”… A última sempre é a que mais me quebra… Tentar relaxar mais… Pois bem, vamos conversar melhor sobre isso então.

Eu sei, depois de 3 anos tendo dito que voltei, olha eu aqui novamente como se nada tivesse acontecido né? Pois voltei outra vez e já entendi que nisso daqui nunca vou ter constância. Esse aqui é aquele novo espaço de desabafo que eu preciso depois de ter perdido temporariamente o meu twitter (ou, agora, x?). Então vamos de primeira atualização: um tempo depois eu recuperei minha conta por lá e, logo na sequência, abandonei ela. Largar o twitter me fez um bem tão grande em 2020 que, de fato, eu acho que foi um livramento ter tido ela temporariamente bloqueada (Não ta entendo isso? vai uns posts mais pra baixo que tem um post sobre esse episódio).

O fato é que agora, 17 de agosto de 2023 várias vidas aconteceram. E meu olho estar tremendo sem parar a duas semanas diz muito sobre isso. Estudos, profissional, pessoal, família… Tudo deu um 360 e hoje, 3 anos depois os resultados estão batendo na minha porta (ou na minha cara). Resumidamente, vou falar sobre tudo conforme conseguir e fazer sentido expor aqui.

Saí de um estágio para o outro tendo me auto descoberto como apresentadora. Basicamente foi a profissão perfeita pra mim e eu nunca tinha me dado conta disso, que é a junção do ser atriz com a minha formação em audiovisual. No novo estágio pude apresentar e cuidar de um programa de TV (sim, isso mesmo, na TV publica do estado do Rio Grande do Sul, famosa TVE). E falando na minha formação, há um ano e 11 dias atrás eu estava pegando meu querido canudo em Tecnologia em Produção Audiovisual e lidando com o famoso “e agora, o que eu faço com esse diploma?”, junto do “to desempregada” e ainda com o fato de estar com minha mãe em recuperação de um AVC hemorrágico que aconteceu em fevereiro de 2022. Hoje, graça a Deus, minha mãe está muito melhor, mas o processo de recuperação dela foi muito cansativo. Minha situação financeira também ta legal (eu não disse boa, eu disse legal) e eu estou atuando na minha área de formação. Já participei de dois longas metragens que ainda não estrearam em uma função que eu ironicamente queria distância (e ainda quero).

Sigo no mesmo relacionamento incrível e cada vez mais apaixonada pelo cara que eu escolhi ter do meu lado. A gente partilhou muito, cresceu muito, viveu muito de lá pra cá e assim vai seguir acontecendo por muito tempo (é o que eu desejo). Já minhas amizades seguem iguais, duas amigas da faculdade que estão prestes a virar minhas sócias e duas amigas ainda do ensino médio que, a pesar de distância ou vida adulta, seguem sendo as melhores.

No quesito família…Esse a gente pula. Famílias, no geral, são bem mais complexas pra gente expor em um simples post, mesmo que de um blog medíocre (hoje em dia do nada a gente pode viralizar né, então vamos nos preservar um pouco que seja).

Já no lado pessoal, no que diz respeito ao o que e quem eu sou, o que eu gosto e o que eu não gosto… Esse tá num emaranhado que eu jamais pensei que estaria. Eu sempre tive certeza de que meu profissional, minha carreira iam me preencher e me completar como eu sempre quis. Mas vocês viram pelo meu relato. A vida simplesmente acontece. Vai acontecendo sem aviso, sem preparo, sem um treino. Ela só acontece e a gente precisa encarar e dizer vambora! Seria fácil se fosse fácil né?

Diferente do burro do Sherk, eu nem precisei esperar meu olho começar a piscar pra começar a terapia, nem ao menos esperar algo terminar. Já antes, como prevenção, comecei o acompanhamento psicológico e mesmo assim cai em surto. Ser adulto é algo muito complexo. E quando a gente precisa agir como tal antes da hora é pior ainda. Eu sei que isso pode não fazer sentido pra quem tá lendo. Afinal de contas, já tenho 27 anos, sou formada na faculdade e tenho um emprego. Já tá na hora. Mas minha hora já chegou a mais de 10 anos e, aos quase 30 (sim, 27 é quase 30 rapaziada), a mente, o corpo e a alma cansam de sustentar responsabilidades que não são as nossas. E se a gente não muda por bem… o corpo exige que a gente mude, quer a gente queira, quer não.

Só que eu não sou boa com mudanças. Mudar de escola no ensino médio me deu pânico e na primeira semana de aula eu quase dei pra trás. Por sorte fui lá e encarei e hoje tenho as duas melhores amigas do mundo do meu lado. Mudar de estágio me deixou malzona, mas ainda sim foi o melhor que eu tinha pra fazer na época, meu portfólio agradece até hoje. Todavia, entretanto, mesmo sabendo que sim, mudar trás seus benefícios, no meu momento presente vem sendo apavorante e as mudanças correm atrás de mim (e eu corro delas) desenfreadamente.

E afinal, até quando se é permitido correr? Até quando eu vou ter fôlego de correr? Até quando eu vou seguir ignorando os sinais do corpo e do universo de que a hora de correr já passou e o momento de parar e encarar é o aqui e o agora? Que mania chata essa que a gente tem de achar que existe o momento certo, a lua ideal, a direção do vento perfeita pra fazer uma mudança. Que parada chata essa de ter medo do que ta por vir sendo que viver é incerto, viver é sofrer, viver é só saber que um dia a gente vai morrer e ponto. Ponto.

Mas seria fácil se fosse fácil não é? Por isso, não vou terminar isso daqui com algo motivacional. Não vou finalizar esse texto achando que, mesmo sabendo de tudo isso, a coisa vai ser mais fácil. Eu vou terminar essa reflexão com um lembrete que eu venho ignorando há meses: eu preciso focar em mim. Preciso deixar que a mudança me alcance e eu permita que ela faça o que precisa ser feito pra que eu possa ser quem eu preciso ser, independente de quem ou o que estiver ao meu redor. O meu olho tremendo, talvez foi o único jeito que meu organismo achou pra eu conseguir me enxergar novamente. E acho que deu certo. Passou do tempo de achar a quem agradar. Porque na verdade, sempre foi e sempre vai ser o tempo de me agradar. E isso não vai ser egoísmo, vai ser o que precisa ser feito.

Obrigada se você leu até aqui,

Sabrina de Lima

“Você gosta da sua vida?”

Baralho de palavras

“São felizes por como as coisas acabaram sendo?”

carta

Eu fiquei esses dias pensando nesse lance todo de universo paralelo que a NASA descobriu. Não cheguei a ler nada sobre o assunto, mas as próprias manchetes das notícias me fizeram questionar várias coisas. Ontem, pra reforçar, assisti um episódio de uma série que eu gosto muito que uma das personagens falou algo parecido com o título desse texto e a primeira frase de introdução.

Sábado passado, limpando meu quarto, eu achei escondida uma carta que eu fiz pra mim mesma em 2015, onde eu só poderia abrir ela em 2020. Eu sabia que a carta existia, só não me lembrava que era datada para essa ano. Abrir ela foi um mix que sentimentos. Eu ri, chorei e refleti muito.

A experiência de fazer essa carta foi incrível. Ainda bem que eu fiz. Não consigo me lembrar o que foi que me motivou fazer ela. Na carta, eu falo que foi logo depois do banho, quando minha mãe falou que eu tinha desistido da carreiro no cinema. Na época eu estava no meu primeiro ano de faculdade, estudando letras-inglês e no meu segundo e último ano de curso de atuação. Ainda usava aparelho e trabalhava em um emprego que eu não gostava. Na época, o meu sonho mais forte era o de ser atriz. Eu queria e desejava aquilo com todas as forças do meu ser.

Durante a carta, escrita a 5 anos atrás, eu faço diversas perguntas. A minha curiosidade pra saber tudo o que mudou durante esse tempo era muito grande. Uma das coisas que eu mais esperava que tivesse mudado era a minha vida profissional. Escrevo na carta que tenho a certeza de que eu já saí do Rio Grande do Sul e agora moro em São Paulo. E continuo, dizendo que, se caso isso não tenha acontecido, eu explique pro meu eu do passado o porquê.

No parágrafo que segue, eu escrevi duas opções. A primeira é que se eu tivesse seguido o sonho e o alcançado seria maravilhoso. A segunda é que se caso eu não tivesse feito, era pra eu seguir ele agora, pois o motivo pelo qual eu não o segui foi pelo medo.

A carta segue e eu faço diversas perguntas. Pergunto sobre amizades que não existem mais e de reconciliação com uma amiga que realmente aconteceu. Também questiono sobre meus estudos e sim, eu larguei a faculdade de letras e agora estudo cinema (produção audiovisual, na verdade). Pergunto sobre minha vida amorosa e, de lá pra cá, tive dois relacionamentos, um que foi bem complicado e o atual, que parece até sonho de tão incrível.

Depois da bateria de perguntas eu falo um pouco sobre o momento que eu havia escrito a carta. Eu estava sentada no chão do meu quarto, de pijamas, cabelos molhados e com os fones (sempre) nos ouvidos. Recém tinha começado a ler “A garota que eu quero” e naquele dia também assisti ao filme “Flores raras”. E também naquele dia, a série Glee chegava ao fim.

Por fim, trago mais algumas perguntas e uma previsão minha da Sabrina de 18 anos para a Sabrina de 23. A previsão não podia estar mais errada. Mas não consigo dizer até que ponto isso é bom e até que ponto é ruim.

Quando eu ouvi o questionamento no seriado: “São felizes por como as coisas acabaram sendo?”, combinado com o sentimento de poder existir um universo paralelo com o qual tudo pode estar muito diferente, eu me lembrei da carta. Que eu ainda não respondi.

Eu lembro direitinho da Sabrina daquela época. Os sonho eram os responsáveis por fazer ela seguir em frente. Quando ninguém acreditava que ela conseguiria, crescia ainda mais a vontade e a gana dela de ir atrás. Só que a vida acontece. Os sonhos mudam. E tá tudo bem.

Eu sempre cobrei muito de mim mesma, a vida toda. Precisava ser excelente em tudo, precisava ser a prova de falhas. Eu pensava que seria fraca e incompetente caso eu não conseguisse realizar meus sonhos e os abandonasse. Quanta besteira…

Hoje eu sigo me cobrando e me esforçando pra fazer tudo o que eu amo e que me motiva da melhor maneira possível, mas quanto aos sonhos… Eu pensei em mudar eles, sem a pressão de me achar uma fracassada caso quisesse segui outro rumo. Só que a carta e um tumulto em uma disciplina na faculdade me fizeram perceber o quão equivocada eu seria em trocar sem nem ao menos tentar.

Desde novinha eu me imagino nos bastidores de programas, sonho com dar entrevistas sobre filme e séries das quais eu produzi ou atuei. No caminho que eu me encontro agora, tudo isso é possível, eu só preciso continuar. Talvez se eu tivesse tomado atitudes, escolhas e decisões diferentes, a carta receberia uma resposta diferente do que a que darei. Ou talvez eu nem a tivesse lido. Talvez, em algum lugar paralelo a minha vida esteja muito diferente. E eu nunca vou ter resposta pra isso.

Agora, eu sou feliz com como as coisas acabaram sendo? É, eu sou sim. Não tem quase nada parecido com o que eu sonhei em 2015, mas de lá pra cá eu fiz intercâmbio pra Inglaterra, troquei de curso na faculdade, viajei pra Orlando, participei do festival de cinema de Gramado, conheci meu incrível namorado, faço estágio em audiovisual e frequentemente recebo elogios pelos meus trabalhos e projetos da faculdade. Como eu não seria feliz com tudo isso? Claro, nem tudo foram flores nesses cinco anos, mas eu não poderia estar mais satisfeita.

Pra mim, tudo acontece por um motivo, por uma razão. Acredito que eu esteja exatamente onde eu deveria estar e que eu não tenho o poder de imaginar todas as coisas boas que estão por vir. Ainda bem. É bom ser surpreendida (pra coisas boas né?!).

Enfim, foram quase mil palavras pra dizer que escrever cartas pra mim mesmo talvez venham a virar rotina. E que é totalmente aceitável sonhar e realizar, independente de quando, onde e o quê. Sem medo de tentar e de arriscar. Sem medo de mudar e se transformar. A gente está onde deve estar.

Sabrina de Lima.

O dia em que eu perdi meu Twitter

Baralho de palavras, Pessoal

Eu não sei se alguém além de mim um dia lerá esse texto. Mas caso alguém leia, uns anos após 2020, eu creio que precisamos contextualizar a situação atual.

twitterblock

Nos encontramos no meio de uma pandemia mundial. Um vírus paralisou a minha vida e a de toda gente. Se chama covid-19, caso queira dar uma pesquisada mais a fundo. Mas o fato importante aqui é que eu faço tudo dentro de casa já tem dois meses. Eu trabalho, estudo, malho, faço minhas refeições, vejo meus filmes e séries tudo do conforto da minha casa. Até ai vou te dizer que é até que tudo bem. Eu amo ficar em casa, no meu quarto, no meu cantinho. Seria perfeito ficar aqui pra sempre. Só que, junto do fato de se estar em casa o tempo todo, estamos vivendo com uma constante incerteza e diversas mudanças. A incerteza é que a gente não tem data pra voltar com tudo ao normal, pode ser daqui algumas semanas, meses e até anos, já as mudanças estão vindo e nos confirmamos que a nossa volta para vida normal, não será como era antes de tudo parar. E isso traz uma angustia bem grande e um desconforto maior ainda. Então, se você está a frente do ano de 2020 provavelmente está bem melhor do que eu e meus companheiros terrestres estamos (pelo menos eu espero que você esteja).

Pois muito que bem, o que tudo isso tem a ver com a minha conta no Twitter? Hmm, eu não sei bem, mas de uns tempos pra cá eu venho sentindo angustias e inseguranças. Tudo vem se aflorando cada dia mais e mais. Detalhes de mim dos quais eu achava que já não conviviam mais comigo voltaram como um soco no estômago. O mais significante é o meu problema de me expressar e de desabafar com pessoas próximas. Com esse bloqueio, consequentemente eu guardo muito mais sentimentos e fico muito mais explosiva. E é ai que essa rede social, da qual eu faço parte desde 2009, entra na história.

Que as redes sociais e os influenciadores nos passam uma visão de que todo mundo tem uma vida perfeita menos eu, todo mundo já sabe. Mas isso afeta as pessoas em níveis e maneiras diferente. Pra mim, afeta de uma maneira muito séria e eu não quero me aprofundar nesse assunto, só quero dizer que a decisão que eu tomei de desligar as notificações das minhas redes sociais foi o maior alivio da minha vida.

Se eu precisasse escolher apenas um entre meu Instagram, meu Facebook ou meu Twitter, a rede do passarinho azul provavelmente não seria o meu escolhido. A relação que eu sempre tive com a rede era de um lugarzinho que eu podia falar de besteiras sem ninguém ficar me perguntando o que houve ou como eu tava. O meu twitter, por muito tempo, foi bem isso que eu estou fazendo agora. E eu tinha muito carinho pela minha conta. Meu user era horrível mas gente, eu to lá desde o tempo da baleia! (Entendedores entenderão).

Mas a vida vai tomando rumo, alguns amigos acham o teu perfil, tu começa a namorar e teu namorado também tem uma conta por lá, aí os amigos do teu namorado também começam a te seguir por lá… E acaba que o meu cantinho se torna mais uma rede social comum. E aí, um dia, antes de ir dormir, te surge uma vontade absurda de ter uma segunda conta, pra seguir só desconhecidos e falar bobagem e desabafos dos quais você não quer compartilhar com ninguém, mas que precisa por pra fora. E o dia seguinte chega, e numa bobeira de um dia ruim, você perde a sua conta de 10 anos e 11 meses, assim, do nada.

Tá, eu mudei uma informação no perfil que fez com que a plataforma entendesse que eu criei a minha conta de forma ilegal, nos meus quase 13 anos de idade. Só que, gente, precisava disso? 

Meu primeiro sentimento foi de revolta, o segundo, o de burrice e o terceiro foi de raiva. E não pelo motivo “Oh meu Deus! Estou fora dos assuntos do Twitter”, mas sim pela razão de que perdi minha conta de 2009 com o meu arroba esquisito e meus tweets sem sentido. Parei um pouco e usei minha cabeça: “Será que isso não foi um sacode em mim? Será que minha vida virtual não anda consumindo tanto da minha vida que eu nem me dei mais conta? Será que meu twitter ainda faz sentido sendo que o que eu fazia antes por lá já não consigo mais?”

Depois disso, respirei bem fundo, levantei minha cabeça e fui fazer meus doces. Minha massa de donuts deu certa, minha receita de cookie incrível e minha cabeça pensava “eu preciso tweetar isso”…

Uma coisa é fato, minha saída forçada da rede social fez com que eu percebesse que sim, eu estou muito fragilizada, seja pelo momento atual, seja pela minha dependência das minhas redes sociais. Acho que ta na hora de olhar mais pra mim e desengavetar hábitos antigos e projetos parados na minha cabeça. O twitter pode esperar, talvez ele espere pra sempre e eu nunca mais volte a recuperar a minha conta. Mas o meu bem-estar, a minha aceitação e minha felicidade, eu não posso e não devo deixar esperando.

Sabrina de Lima

A ex twitteira.

Obrigada por nada!…

Baralho de palavras

Será?

2016

Chegamos ao último dia do ano. Suspirei bem fundo e me deu um gelo no peito quando vi que só faltava dia 31/12 pra completar 2016. O ano não foi dos melhores. Eu tinha metas e planos grandes, muitos deles se perderam no caminho. Mas tudo bem vai… Afinal de contas, houveram sim coisas que se valeram. Saí pela primeira vez do país, sozinha e sem conhecer ninguém. Que crescimento. Que sonho realizado e que gostinho de quero mais. Proporcionei a mim mesma pequenas alegrias. Encerrei certas coisa que já tinham que ter sido encerradas a um bom tempo (mas acho que só agora criei coragem). Tomei uma decisão- ou o tempo se encarregou de tal coisa-, que vai fazer de 2017 um ano inexplicável e marcante.

Todos os anos eu faço esse tipo de texto e esse ano quando pensei em fazer, a primeira frase que me veio foi “obrigada por nada”. Só que não é verdade. Cumpri 20% da minha lista de metas. Dois objetivos bem simples (mas trabalhosos) não foram aplicados. Um desejo meu bem forte não foi realizado. Portanto, não foi um bom ano. E ta tudo bem. Há males que vem pro bem. Talvez se tudo tivesse dado certo, nada agora estaria tão claro, talvez tivesse ficado ainda mais escuro.

Também seria egoísmo da minha parte achar que só eu tive um ano meio b*sta, levando em consideração todas as turbulências que esse mundão ganhou no famigerado 2016! Porque com a minha vida ficou tudo bem mesmo que não tenha sido como eu queria. Continuo muito bem de saúde, tendo onde morar e como viver. Não perdi nenhum amigo ou familiar vítima de violência ou acidente. Não precisei viver em meio de guerra e fugir pra sobreviver… De resto, meus amigos, no ano que vem a gente dá um jeito.

Se teu ano não foi dos melhores, sacode essa poeira aí e te conforta. Ano que vem é ano de número um. Aquele que literalmente é o de começar! Recomeçar.

Boa sorte e um próspero 2017!

Sabrina de Lima.

#Baralhodepalavras – Eu funciono melhor sozinha

Baralho de palavras

Mas torço pra que seja somente uma fase.

A gente vive em um mundo que o coletivo se faz importante todos os dias. E eu sei disso. Eu sei porque mais de uma vez eu tentei imaginar um mundo de uma pessoa só quando escutava a frase “fulano acha que não precisa de mais ninguém pra viver”. Acho que todo mundo sabe que a gente precisa de todo mundo, até aquela pessoa que nos enche o saco, fazendo assim nossa vida mais… digamos… interessante(?).

Só que o fato é que hoje eu não quero falar do coletivo e não quero que ninguém leia esse texto pensando que eu sou o fulano do parágrafo a cima. Eu quando de TPM, além de chorar, ficar braba e irritada com qualquer coisinha, filosofo muito sobre minha vida. Nessa semana eu estou em uma viagem com a minha família e ela está sendo totalmente oposta do que eu esperava. Eu não fiz expectativas, mas como eu já tinha vindo pro destino a anos atrás, eu sabia como seria o lugar (lindo e com calor), então fazia uma ideia de como seria. Só que não foi. Não foi porque a companhia me irritava. Não foi porque parecia que tudo estava atravessado desde que saímos de Porto Alegre.

Com todas essas coisas na cabeça, comecei a ver quem ficava perto de mim e porquê. Nesse caso aqui é: ninguém. Eu fico a maior parte do tempo isolada no meu mundo e quem convive comigo já sabe que isso é normal. E ninguém se importa mais. Quando eu tento quebrar esse meu casulo, sempre acontece alguma coisa que me incomoda. Vamos então parar com esse erro bobo e encarar que eu funciono melhor sozinha?!

Eu fui pra Europa sozinha e foi a melhor coisa que eu fiz em toda minha vida. Eu fui no cinema semana passada sozinha e me senti MUITO bem. Eu vou caminhar na ciclovia da minha cidade sozinha e isso me deixa muito feliz. E afinal, qual é o problema de se sentir feliz sozinha?

Hoje o mundo já é superficial o suficiente para as pessoas pensarem que ganhar curtidas preenche mais do que uma conversa com amigos. É superficial pelas pessoas não se sentirem mais a vontade com suas próprias vidas e acharem que precisam ficar provando para o mundo em redes sociais o quanto suas vidas são felizes. Isso me incomoda de um jeito… Eu sei que eu compartilhei bastante da minha viagem no blog e no canal, mas o intuito não era a exibição, mas sim o registro, foi algo muito importante pra trazer só em fotos. Tanto que eu me dei conta de que não compartilhei nem a metade das minhas fotos nas minhas redes sociais.

Voltemos ao ponto onde eu não me incomodo em ser e ficar sozinha. Deve ser um fase. Das boas viu?! Pois eu nunca me senti tão eu quanto agora. Não sei se por causa do intercâmbio, não sei se por causa da chegada dos 20 anos. Ou também, não sei se por causa de toda encheção de saco das pessoas em minha volta achando que eu sempre tenho que estar grudada em alguém.

Esperem e vejam bem. Eu não abomino companhia, só não acho justo ter que sempre ficar esperando de alguém a minha felicidade. Me poupem, não vivo num faz de conta onde eu precisa ficar esperando meu príncipe encantado pra viver um “felizes para sempre”. Nasci no século XXI.

Um beijo e obrigada de alguém bem confusa.

Sabrina de Lima.